terça-feira, 30 de setembro de 2014

Devaneios de uma desconhecida / Parte 7

De fato, o amor não se compra, não se conquista, só acontece. Acreditamos que sendo o melhor que podemos, ultrapassando os limites e fazendo o impossível, estamos na mira do sucesso de sermos completados. Mas aí esquecemos que pessoas complicadas, com problemas, as quais nós nos encaixamos também, são amáveis e, em sua maioria, no seu jeito “ruim” de ser.
Aprendi que o sentimento, por qualquer que seja, é gratuito. Dá-se a quem pode merece ou não. Recebe-o quem consegue ou não retribui-lo. O mais incrível de tudo é esse sentimento ser o mais lindo de todos, o maior que possa perceber e, mesmo assim, não repassado, não contemplado coma felicidade tão merecida.
O orgulho consegue ser uma faca que corta por dois lados como quase todos os outros sentimentos. Por um lado te faz escravo do sufoco, da não declaração, do não abrir mão. E no outro te faz valorizar-se, deixar que se importem contigo, que percebam quão importante és. Ambos os lados acabam do mesmo jeito: alguém cedendo sempre mais e se moldando mais. E advinha quem é o alguém?
Isso mesmo. Aquele que mais tem capacidade de amar. Aí partimos pra outro proposito, o perdão. O perdão é o ato mais generoso de quem ama de verdade. Por mais que um dia as coisas boas fiquem na lembrança, o perdão vai ser quem vai te deixar rir de tudo de bom que passou. Com o perdão conseguimos seguir adiante, fazer as mudanças e crê que o futuro bem próximo será melhor.
Não perdoar faz com que criemos uma casca no coração, na vida. Aquele ato errado vai ser o motivo do choro, da raiva, da culpa. E paramos no tempo. Perdemos a capacidade de acreditar no outro, de sorrir depois de um beijo, de amar novamente e melhor, ser amado. Criamos um bloqueio, um rótulo que não nos pertence, afastando as oportunidades, boas pessoas e boas experiências.
Pergunto-me, às vezes, se amor é bom. Penso que sim, outras vezes que não. Concluo diversos pensamentos. Um deles é que o bom é ter amor próprio, fazer somente o que a ti for benéfico. O sofrimento, as raivas e as angustias seriam bem menores. Mas ai vem a pergunta, colocando nós mesmos em primeiro lugar, onde estaria a graça da comemoração sem aquela pessoa pra te dar um bom dia ou boa noite, como vai, tudo bem, do que você precisa? Como viver isolado em um mundo que as pessoas estão incluídas em uma sociedade?
Daí surge o outro pensamento, o de amar e conseguir ser forte o suficiente para ultrapassar os problemas, as raivas e a falta de amor dos outros. Conclusão que sempre será difícil amar e ser amado. As pessoas insistem em não deixar as coisas boas fluírem, continuarem e dar relevância a sua vida. Parece que o defeito sempre será maior que o perdão, que a mudança e o amor. Sempre haverá conflito, e confesso que ele nos leva bem pra baixo. Mas o amor é mais. Principalmente o de Deus por nós, que não nos desampara, não nos deixa cair. Nunca!


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